No relacionamento onde o ciúme está presente o amor passa longe, pois a condição existente é a da exploração, ou seja, o outro me serve para algumas coisas e por isso não posso perde-lo ou abrir mão dele. Disfarçado de amor ou zelo está o controle, a vigilância, a carência e o apego. O ciumento é um inseguro por natureza, ele acredita que os outros são uma ameaça e confunde a posse de coisas com pessoas. Vive comparando a si mesmo e ao outro, muitas vezes na tentativa de convencer que é melhor do que os demais. Também gosta de ser poderoso, só não se dá conta que querer ter poder sobre o outro é uma clara demonstração de medo e fraqueza.

Não há como amar algo preso, confinado, forçado e com medo da perda, pois na real condição amorosa o que interessa é o bem do outro mesmo que distante de nós, é assim que é e assim que deve ser. No amor a liberdade é ingrediente básico, não há desejo de posse, de poder nem de controle, pelo contrário, o desejo é o de que o outro seja livre, abundante e feliz naquilo que quer e deseja, há respeito no espaço e individualidade, essa é a verdadeira proteção, o verdadeiro zelo, o verdadeiro cuidado com o outro, e é dessa condição que o amor brota.
Alguns podem dizer "isso não é bem assim", frase bastante compreensível uma vez que a maioria das pessoas não sabe se relacionar de forma desapegada, afinal fomos condicionados desde pequenos a agir assim, defender o que é "nosso", e enquanto persistirmos nesse velho jeito de se relacionar estaremos cada vez mais longe do amor e da felicidade.
Ugo Micael Ventura
http://tempodegerminar.blogspot.com/
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