A plenitude do SER

O que é esse amor que chega de mansinho e me completa? De onde ele vem? Porque ele começa? Como posso expandi-lo e manter-me conectado o tempo todo? Que amor é esse que reprime meus medos, liquida com minha ansiedade, acaba com as dúvidas e manda para longe o sofrimento? Será que ele também completa o outro?

É um amor que independe de coisas externas, é fora do normal pois é espiritual, vem de dentro, sem direção, é irradiado pelo espírito. É um amor que quando vem com força torna-me um nectar a ser saboreado, não é fácil descreve-lo, é como um suave perfume que atrai e hipnotiza, torna-me leve e sabio, aquece meu corpo, tranquiliza-me, amplia e expande minha consciência, deixa-me silencioso e harmônico por dentro, conectado a cada fragmento vivo do universo, um verdadeiro observador consciente que quando olha para as coisas modifica-as, deixando-as mais belas, mais vivas e mais brilhosas.

É um amor das estrelas, a energia que movimenta os planetas, as núvens e as ondas do mar, nele tudo o que é mundano dissolve-se. Será que este é o êxtase que os grandes sábios falavam? Será que esta é a plenitude que todos nascemos desejosos de sentir e buscamos a vida toda? Achar as respostas não importa, importante é senti-lo e saber que nunca nos abandonou, sempre esteve conosco a nossa espera.

Ugo Micael Ventura
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A vida é consciência

Leva tempo para perceber que a vida é pura consciência pois estamos dedicando tempo demais com as brincadeiras da ilusão, e enquanto não decidirmos enchergar a verdade ela não aparecerá para nós. Do ponto de vista da consciência o mundo da forma é irreal, pois nela podemos sentir quem realmente somos, percebemos a energia da criação em cada fragmento vivo do universo e nos sentimos conectados a ela.

Estar na consciência é estar no silêncio, o mundo ilusório continua fazendo barulho por fora, mas dentro está puro, silencioso, harmônico e estático. Quem olha para o mundo não é mais a mente ruidosa e sim o observador consciente; uma vez consciente você brinca com o mundo da forma sem perder os raios da consciência que já desanuviou, mais ou menos como um grande sabio que há mais de 2000 anos atrás nos ensinou a entrarmos no rio, brincarmos nele, mas sem fazer parte dele. Há muitos raios de ludidez quando os véus que nos mantém na ilusão começam a cair. O que diferencia a ignorância da sabedoria não é a quantidade de informações que conseguimos acumular e sim quanta verdade conseguimos enchergar.

Ugo Micael Ventura
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A verdadeira caridade

Durante as passagens pela vida nós doamos e recebemos energia de nossos vizinhos humanos, animais, ambientes, locais, plantas, etc. Isto sempre teve o propósito de gerar equilíbrio. O mundo é dual, quem está muito positivo não permanecerá assim até encontrar alguém negativo para que a transfusão começe a fluir, é uma espécie de equalizador cósmico que tende a equilibrar os extremos. Talvez vocês já perceberam isso de alguma maneira, não é verdade?

Não é raro estarmos bem e ao encontrar alguém que esteja para baixo termos a sensação de ter perdido nossa positividade, uma dor de cabeça instantânea, um súbito mal estar, uma sensação de vácuo como se algo precioso nos tivesse sido tirado. Os desabafos são um bom exemplo dessa troca de energia, é comum quem escuta acabar ficando pior do que aquele que desabafou.

Essas trocas energéticas são parecidas com aquilo que acontece entre os átomos, lembram das aulas de química? Quando um átomo está mais positivo do que o outro ele doa elétrons de sua última camada para o que está negativo, gerando assim equilíbrio entre ambos. Notem que ele doa elétrons da última camada, ou seja, o núcleo continua o mesmo, não se perde. Somos todos feitos de átomos, porque haveria de ser diferente?

A chave está em não temer ou evitar essa troca e sim em ter energia em abundância para doar à vontade, é assim que deve ser. O oceano não sente se você tirar um balde de água dele, pois é muito abundante e ela retornará para lá de uma forma ou de outra. O contato com a nossa fonte cósmica de luz nos recarrega e isso pode ser feito através de um estado pleno de consciência de si mesmo e também através da meditação.

AGRADEÇA, pois você terá realizado uma das maiores caridades do mundo, a de ter dado um pouco de sua luz em benefício de outro. Sinta-se feliz afinal esta é uma caridade legítima pois o ego não participa porque não tem poder sobre ela. O verdadeiro propósito da unidade é o compartilhar do divino e fazendo isso você ajuda outros seres a reconhecerem-se também como seres de luz.

A época em que vivemos está repleta de uma grande energia de limpeza e grande parte dela acontece com o contato com os outros, ao ajudar na limpeza daquele que está mais debilitado, em um nível mais profundo poderá ocorrer algo grandioso dentro de você, por isso faça de coração e quem sabe um dia todos serão abundantes e felizes, afinal é assim que o criador quer que sejamos.

Ugo Micael Ventura
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O amor é paciente

Quem ama pode esperar pois não há nenhuma pressa na condição amorosa. O contato físico é desejoso mas não imprescindível pois a relação ocorre antes pela telepatia, basta conectar com o ser amado e tudo se completa, sentimo-nos conectados não apenas entre nós mas com tudo e todos, com a totalidade, vamos para uma dimensão onde não há medo, paixão ou ansiedade pois lá é só alegria e contentamento. Quem ama sabe, sente quando acontece a comunicação e não há explicação de como realiza-la pois é um saber e não um fazer.

O amor é a energia que definitivamente completa e conecta, nele não há mais nada a ser acrescentado ou modificado, tudo é perfeito, suave e sublime. O amor é puro mistério, quem pode explica-lo? Quem pode descreve-lo? Ele não é um fazer mas um completo sentir, um total vivenciar. O amor de verdade não cobra, dá, não rejeita, acolhe, não possui, liberta, é fortemente percebido pelo olhar, pelo toque, quem não ficaria paralisado diante dele? Não há um ser humano que não se afete por essa energia. No amor não há pensamento, o mundo para, o tempo deixa de existir e não há um relacionamento quando dois são apenas um. A total entrega dá um click na nossa consciência e neste momento o mundo torna-se uma pequena amostra do paraíso.

Ugo Micael Ventura
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As máscaras que usamos

O uso de máscaras é muito comum, as pessoas costumam fingir algo que não são e tornam os relacionamentos um mundo de faz de conta. Você coloca sua máscara e finge aquilo que não é para agradar e receber a aprovação do outro e o outro também coloca a máscara dele e te engana, tudo aparenta estar ótimo e funcionando não fosse a mentira a base destes relacionamentos. Enganando-se mutuamente as pessoas levam suas vidas em mentira e fingimento. Você finge estar feliz e próspero e o outro faz o mesmo, mas ambos saem tristes achando que o outro está melhor.

Perguntar se está tudo bem é praticamente um protocolo, salvo exceções quase ninguém quer saber se o outro está bem de verdade, são somente maneiras pro forma de fingir interesse no bem estar alheio. E da mesma forma as respostas também são protocoladas. A insanidade é tamanha que ficamos indignados quando alguém não as faz, achamos que perderam a consideração por nós.

Relacionamentos amorosos muitas vezes são verdadeiros jogos onde cada um resguarda para si seus segredos e como num jogo de xadrez movem as peças estrategicamente conforme julgam conveniente, tudo para tentar manter as coisas sob controle, pois nossas experiencias passadas nos ensinaram que abrir-se em demasia nos deixará vulneráveis e em perigo.

Mas será que ao desnudarmos-nos perderemos algo? Será que agindo mais próximo do coração parando de nos agredir internamente não tornará nossa vida mais verdadeira e feliz? Mascaramos a nós mesmos quando fingimos algo que não somos.

Ser verdadeiro demais pode deixar as pessoas assustadas porque elas esperam que você corresponda com a imagem que você ou elas criaram de si próprios e dos outros. Qualquer que seja o seu rosto não esconda-o, use-o, e quando perceber as máscaras nos outros mantenha seu centro, continue sendo autêntico sem desmascarar ninguém pois cada um tem seu tempo.

Ugo Micael Ventura
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PARE! É hora de despertar

Tome agora uma respiração profunda e pense, para que tanta correria? Onde isso vai me levar? Já parou para pensar no que realmente é importante? Será que esse ir e vir frenético do dia a dia, essa correria inconsciente está te levando de encontro com a felicidade e ao bem estar? Pare para pensar no tempo que você dedica com as coisas, será que são tão importantes assim? Preste atenção ao momento presente, você está agindo com consciência ou está realizando coisas automaticamente como se estivesse no piloto automático? Só consegue dizer que é para garantir o futuro? Quando utilizamos muito a razão deixamos o coração de lado e é no coração que reside nossa inteligência. "O coração sabe das coisas" diz o ditado popular, consegue escuta-lo sem a interferência da mente? O coração não fala coisas, quem faz isso é a mente, os sinais que ele emite são fluxos de amor, alegria e bem estar quando você está no caminho certo, consegue senti-lo?

Faz quanto tempo que você não larga tudo para contemplar uma noite de céu estrelado sem pensar em nada apenas sentindo-se grato por tamanha beleza, grandeza e mistério? Esqueça as amebas mentais, o ruído interno quase incessante do pensamento, as dúvidas, os medos e as preocupações, tente apenas sentir!

A vida incansavelmente está tentando chamar sua atenção, você já se deu conta disso? Quase como um dedo que te cutuca ela não desistirá até que você possa começar a sair da dormência que se encontra e dar início ao despertar mais elevado. Preste atenção, nenhuma pessoa chega até você por acaso, nenhuma crise aparece na sua vida aleatoriamente, tudo tem um propósito, um nobre motivo, você está prestando atenção?

O que pode ser mais importante do que sentir-se pleno, total e dedicado a expandir a consciência percebendo cada momento como sendo único, especial, observando as coisas que te cercam e sentindo-se parte delas? Não existem momentos ordinários, muitas coisas que chegam até você são chamados de despertar de anjos que anseiam e torcem por ti. Temos amparadores espirituais tanto encarnados como desencarnados, você confia que é ternamente amado, assistido e protegido? Se chegou até aqui isso tem uma razão, não seria eu um amparador espiritual seu e vice versa?

Se isso de alguma forma te tocou começe olhar a vida com mais atenção, saia do piloto automático, não seja preocupado demais com um amanhã que nem sabe se acontecerá de fato. Não deixe que o corre corre inconsciente da vida faça você perder o melhor dela. Muita gente vive assim, perdem o hoje em nome do amanhã e acabam por despertar só com idade avançada quando aquilo que aprisiovana sua consciência começa a cair, quando as coisas que antes julgavam importantes perdem a razão de ser e o ego não consegue mais mante-los na ignorância. Nunca é tarde, o espírito não desistirá um segundo sequer em torna-lo consciente, feliz e com sabedoria, até que sua vida torne-se um mar de abundância, paz e completude. É hora de Despertar.

Ugo Micael Ventura
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O sofrimento é opcional

A vida é impermanente aceite você ou não, até mesmo o mais forte dos metais se deteriorará e deixará de existir. Não aceitar a impermanência das coisas é o que dá início ao sofrimento, ou em outras palavras pode-se dizer que é por causa da resistência ao que é que o sofrimento nasce em nós. Mas o sofrimento existe não por causa da impermanência das coisas e sim porque cremos na permanência delas. Ter consciência da efemeridade da vida faz com que a encaremos com mais alegria e disposição para a mudança.

Aceitaríamos mais facilmente o fato de que nossos entes mais próximos um dia deixarão de existir e daríamos mais atenção a eles agora aproveitando enquanto ainda estão conosco na forma física. Mas ninguém dá atenção a isto, fingimos que as coisas são estáveis com medo de sofrer e tentamos segura-las com todas nossas forças temendo que elas possam acabar indo embora mais rapidamente do que desejamos, como por exemplo o trabalho, dinheiro, beleza física, posição social, fama, etc... Estão todos tentando tornar a vida o mais permanente possível fazendo vista grossa para a impermanência. A indústria da juventude com suas plásticas, cremes e tecnologia está a todo vapor tentando suprir a necessidade das pessoas em se manterem o mais permanente possível.

Relacionamentos infelizes muitas vezes são mantidos em nome da estabilidade e permanência, o medo do novo e do desconhecido toma conta da mente das pessoas e se apodera de suas consciências. Se elas vivessem mais o hoje sem temer o amanhã não haveria tanta infelicidade, partiríamos de uma etapa a outra sem o medo da mudança. Esquecemos que sempre que deixamos algo para trás é porque algo melhor ainda está para chegar.

Essa é a fantástica beleza dos ciclos da impermanência, uma flor é linda e dura pouco, as pessoas tem paixão pelas flores porque querem aproveitar sua beleza antes que acabe, sabem de sua curta duração. Assim deveria ser, aproveitar agora as coisas que chegam até nós enquanto elas existem e estão lá. Já imaginou se tudo fosse fixo e permanente? Um perfume cuja fragância não acabasse mais? Cada nova rosa que nasce é diferente da outra e isso as tornam muito especiais, assim como os ciclos da vida que precisam terminar para que os novos cheguem e se manifestem.

Ao invés de lamentarmos as instabilidades da vida como a orígem dos nossos sofrimentos deveríamos agradecer e aceita-las, pois é através da consciência delas que podemos torna-la mais proveitosa, leve e alegre.

Ugo Micael Ventura
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Ciúme, Posse e Poder

Pode parecer radical falar assim mas não há amor onde existe o ciúme. O ciúme é claramente uma condição de posse, poder e controle que o enciumado exerce sobre aquilo que ele considera como seu. Em termos práticos algo como "Ele é meu e de mais ninguém", "Não posso perde-lo", "Não consigo imagina-la com outro", ou em alguns casos mais severos "Ela não pode ser feliz longe de mim". Oras, não se perde aquilo que não se tem, nem se controla o que não pode ser controlado, pois cada um é de cada um, ou como diz um ditado popular "Ninguém é de ninguém".

No relacionamento onde o ciúme está presente o amor passa longe, pois a condição existente é a da exploração, ou seja, o outro me serve para algumas coisas e por isso não posso perde-lo ou abrir mão dele. Disfarçado de amor ou zelo está o controle, a vigilância, a carência e o apego. O ciumento é um inseguro por natureza, ele acredita que os outros são uma ameaça e confunde a posse de coisas com pessoas. Vive comparando a si mesmo e ao outro, muitas vezes na tentativa de convencer que é melhor do que os demais. Também gosta de ser poderoso, só não se dá conta que querer ter poder sobre o outro é uma clara demonstração de medo e fraqueza.

O hilário é que num aspecto mais profundo a energia de ciúme desprendida pelo ciumento é sentida no outro que de forma inconsciente começa a dar mais valor a própria liberdade e consequentemente acaba despertando interesse por outras pessoas. Somos seres únicos, individuais, nascemos para ser livres e a liberdade é uma condição inata em nós, portanto quando de alguma forma somos podados ou controlados mesmo que de forma sutil, um impulso por liberdade se faz presente e acabamos por busca-la de um jeito ou de outro. Sentir ciúme do parceiro é quase como chuta-lo para longe de nós mesmos, principalmente se este já tem dúvidas ou conflitos com o relacionamento, do contrário o ciúme não teria qualquer efeito.

Não há como amar algo preso, confinado, forçado e com medo da perda, pois na real condição amorosa o que interessa é o bem do outro mesmo que distante de nós, é assim que é e assim que deve ser. No amor a liberdade é ingrediente básico, não há desejo de posse, de poder nem de controle, pelo contrário, o desejo é o de que o outro seja livre, abundante e feliz naquilo que quer e deseja, há respeito no espaço e individualidade, essa é a verdadeira proteção, o verdadeiro zelo, o verdadeiro cuidado com o outro, e é dessa condição que o amor brota.

Alguns podem dizer "isso não é bem assim", frase bastante compreensível uma vez que a maioria das pessoas não sabe se relacionar de forma desapegada, afinal fomos condicionados desde pequenos a agir assim, defender o que é "nosso", e enquanto persistirmos nesse velho jeito de se relacionar estaremos cada vez mais longe do amor e da felicidade.

Ugo Micael Ventura
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